O Último Adeus e a campanha #SetembroAmarelo

 Oi, gente. Tudo bem com vocês?

No mês de setembro é realizada a campanha brasileira de prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo. O maior objetivo dessa campanha, que teve início no Brasil em 2015, é conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento. No universo literário, o tema suicídio tem sido bastante abordado na ficção, alguns livros são bem conscientizadores, outros nem tanto, mas, durante esse mês é impossível não lembrar de O Último Adeus, livro que representa tão bem essa campanha. 

Falar sobre suicídio, depressão e ansiedade é bastante delicado e acho que os autores precisam ter bastante cuidado ao explorar esses temas. Infelizmente, não são todos os livros que tratam sobre esses assuntos que eu recomendaria para uma pessoa que está passando por essas situações. Alguns livros bem famosos tendem a romantizar o suicídio e a depressão, outros são resolvidos em passe de mágica e, é claro, na vida real as coisas não funcionam assim. É preciso falar corretamente sobre o assunto, de modo a evitar que informações inadequadas cheguem à população e aumentem o estigma relacionado aos transtornos mentais. 

Pensando nisso, um dos livros que melhor representa a campanha Setembro Amarelo (na minha humilde opinião) é o livro O Último Adeus, da Cynthia Hand. Nele conhecemos, Alexis Riggs (Laxie), uma jovem de 18 anos. Muito inteligente, apaixonada por matemática, filha de pais separados e irmã mais velha de um adolescente chamado Tyler. Mas ele se matou. Acertou o próprio coração com um tiro de rifle de caça na garagem de sua casa. Ao perder o irmão Laxie também ficou perdida, abalada, mexida… Apartir daí, a personagem vai expondo sua dor aos poucos e um turbilhão de sentimentos são descritos nas páginas desse livro. Acompanhamos suas idas ao terapeuta, à escola, suas lembranças… Ela escreve sobre o estado da mãe que chora, bebe e sofre muito por ter perdido o filho. Também menciona a pena no olhar das pessoas, a saudade, a culpa. Nos conta sobre a separação dos pais, sobre antigos problemas do seu irmão, sobre o namoro que ela terminou… A história é triste. Dá pra sentir o quanto não está sendo fácil para Laxie lidar com a situação. É o amor pelo irmão misturado com a uma raiva pelo que ele fez. 

O maior diferencial desse livro e, inclusive, é o motivo que me fez trazer esse post é que em O Último Adeus, o suicídio é tratado mostrando o lado dos familiares e amigos, as pessoas que ficaram. Não dá voz a quem se matou, mas sim aos que ficam e precisam conviver com a perda e com a dor. É um livro pra conscientizar, fala sobre sentimento de culpa, impotência e da importância de seguir em frente, apesar de toda a dificuldade e dor. E, acima de tudo, O Último Adeus, ressalta a importância de pedir ajuda, de procurar alguém quando as coisas parecem maiores do que a gente consegue suportar.

Enfim, é uma leitura triste, dá aquele nó na garganta, faz sentir pena, compaixão. Não gosto nem de pensar em viver algo tão terrível, mas consigo imaginar o quanto deve ser uma situação extremamente pesada e difícil.

Agora, quero saber de vocês: qual livro melhor representa essa campanha?

Os serviços de apoio á vida estão sempre abertos e, por mais assustador que seja falar o que está passando em sua cabeça, é muito importante encontrar força para isso. O que temos de mais poderoso em nós e a nossa voz!

Centro de Valorização à Vida (CVV): https://www.cvv.org.br/

Um super beijo e até o próximo post!