Literatura ao Cubo

 Oi, gente. Tudo bem com vocês?

Hoje eu resolvi trazer de volta uma coluna que mantinha há um tempo atrás aqui no blog: Literatura ao Cubo! Pra quem não conhece, nessa coluna indico três livros sobre algum tema específico ou que tenham algo em comum. Para o mês de fevereiro escolhi o tema Relações Familiares. Bora conferir minhas dicas de leitura?

O que eu mais gosto em livros que abordam o tema relações familiares é que nos mostra o quanto o amor é incondicional e pode ser doado, reconstruído e por aí vai... Na minha opinião, livros que falam sobre família são leituras inspiradoras, que nos mostram que nem tudo é perfeito, mas que se o amor prevalecer tudo pode dar certo ou pelo encontrar uma saída pelo bem de todos. Enfim, são histórias que sempre tem muito o que ensinar e nos mostram que a grama do vizinho pode até parecer ser mais verde, mas, se você olhar de perto não é tão verde assim.

A MÁQUINA DE CONTAR HISTÓRIAS   -   Maurício Gomyde

Na noite em que o escritor best-seller Vinícius Becker lançou A Máquina de Contar Histórias , o novo romance e livro mais aguardado do ano, sua esposa Viviana faleceu sozinha num quarto de hospital. Odiado em casa por tantas ausências para cuidar da carreira literária, ele vê o chão se abrir sob seus pés. Sem o grande amor da sua vida, sem o carinho das filhas, sem amigos... O lugar pelo qual ele tanto lutou revela-se aquele em que nunca desejou estar.

Vinícius teve o mundo nas mãos, e agora, sozinho, precisa se reinventar para reconquistar o amor das filhas e seu espaço no coração da família V.

Uma história emocionante, cheia de significados entrelaçados pela literatura, mostrando que o amor de um pai, por mais dura que seja a situação, nunca morre nem se perde.

A Máquina de Contar História é um livro que é inteiramente sobre família! Aqui encontramos a vida de um escritor que sempre se preocupou apenas com sua carreira, então, quando ele perde sua esposa ele vê o quanto desperdiçou os pequenos momentos da vida e o quanto esses pequenos momentos são importantes. A partir daí ele começa uma jornada pra reconquistar suas filhas e o pouco que sobrou de sua família. É uma leitura super inspiradora, que nos diverte, que nos faz chorar e que nos faz dar valor naqueles momentos de bobeira que passamos com aqueles que amamos. Achei a história de uma delicadeza enorme! Fala sobre erros e acertos, sobre redenção e perdão. Logo no começo, com a morte de Viviana, já sabia que o desenrolar de tudo iria mexer com o meu coração e estava certa... Me emocionei diversas vezes e no final, não teve jeito, terminei em lágrimas! Mesmo sem a presença da matriarca, dá pra sentir o amor e carinho que ela tinha pelas filhas e pelo marido, senti toda a dor de Vinícius com a morte de Viviana, e a dor do arrependimento quando a noção de que ele deixou de viver com a esposa anos que jamais voltariam. E que mágico é ler e poder sentir a mesma coisa que as personagens. Sentimentos profundos e complexos que encaramos ou vamos encarar em algum momento em nossa vida. Para mim, Gomyde deixa uma mensagem muito clara em sua obra: nada nesse mundo pode ser mais importante ou pode substituir o amor de uma família.

AS MIL PARTES DO MEU CORAÇÃO   -   Colleen Hoover

Autora best-seller do New York Times aborda relacionamentos e transtornos mentais em uma narrativa que discute os limites do que é normal.

Para Merit Voss, a cerca branca ao redor da sua casa é a única coisa normal quando o assunto é sua família, peculiar e cheia de segredos. Eles moram em uma antiga igreja, batizada de Dólar Voss. A mãe, curada de um câncer, mora no porão, e o pai e o restante da família, no andar de cima. Isso inclui sua nova esposa, a ex-enfermeira da ex-mulher, o pequeno Moby, fruto desse relacionamento, o irmão mais velho, Utah, e a gêmea idêntica de Merit, Honor. E, como se a casa não tivesse cheia o bastante, ainda chegam o excêntrico Luck e o misterioso Sagan. Mas Merit sente que é o oposto de todos ali.

Além de colecionar troféus que não ganhou, Merit também coleciona segredos que sua família insiste em manter. E começa a acreditar que não seria uma grande perda se um dia ela desaparecesse. Mas, antes disso, a garota decide que é hora de revelar todas as verdades e obrigá-los a enfim encarar o que aconteceu.

Mas seu plano não sai como o esperado e ela deve decidir se pode dar uma segunda chance não apenas à sua família, mas também a si mesma. As mil partes do meu coração mostra que nunca é tarde para perdoar e que não existe família perfeita, por mais branca que seja a cerca.

Em As Mil Partes do Meu Coração, Colleen Hoover destrincha o estereótipo de família perfeita e nos mostra que qualquer família possui problemas, os Voss acreditavam que manter segredos era a melhor forma de proteção para seus integrantes, porém, essa “proteção” é justamente o que os leva para a ruína. Sofri e me emocionei muito com essa família disfuncional e com as decisões de um pai que se equivocou demais enquanto tentava proteger os filhos. As Mil Partes do Meu Coração é um livro que fala sobre a importância de se abrir, de conversar quando tudo à sua volta se torna confuso demais. É um livro que fala sobre como as aparências podem ser enganadoras e como é importante se abrir a novas perspectivas. Colleen Hoover nos alerta a todo instante para a importância de nossa saúde mental, e o quanto situações que muitas vezes são minimizadas ou até mesmo desprezadas no nosso dia a dia devem ser levadas a sério. As Mil Partes do Meu Coração é uma leitura importante, porque não temos aqui apenas mais uma história de amor, mas sim, de superação, aceitação e desenvolvimento pessoal. Enfim, As Mil Partes do Meu Coração é uma leitura intensa, emocionante, delicada, que aborda diversos assuntos importantíssimos e que acaba com nossos corações - do jeitinho que só a CoHo sabe fazer!!!

A GRANDE  SOLIDÃO   -   Kristin Hannah

Kristin Hannah já vendeu mais de 15 milhões de livros no mundo. A Grande Solidão vendeu 200 mil exemplares em apenas dois meses nos Estados Unidos.

Alasca, 1974.

Imprevisível. Implacável. Indomável.

Para uma família em crise, o último teste de sobrevivência.

Atormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca.

Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor.

Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos.

Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa.

A Grande Solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza.

A Grande Solidão é uma leitura mais densa, com temas bem pesados e mostra que nem sempre o lar pode ser o lugar mais seguro. Aqui acompanhamos a história de uma família cheia de falhas e que tenta se agarrar a uma relação que não existe mais, uma família que vivem um verdadeiro tormento e precisam “pisar em ovos” pra que ninguém saia literalmente machucado... A Grande Solidão é um livro que trata o amor como um sentimento selvagem, onde em meio a tantas vertentes ele pode ser tanto a salvação quanto uma ruína. Até que ponto o amor pode chegar, sem se tornar uma obsessão? Esse é o maior questionamento do livro e nos faz pensar em vários desdobramentos que esse sentimento pode trazer para uma pessoa que está completamente apaixonada e cega para todas as imperfeições daquele que devia amá-la. Um fato que achei interessante é que A Grande Solidão mesmo se passando em meados de 1970 nos mostra as inúmeras dificuldades que mulheres vítimas de violência domestica enfrentavam naquela época, o que destaca a origem de barreiras ainda sentidas em dias atuais em situações bem semelhantes. Ao meu ver, a maior mensagem que Kristin Hannah deixa nas entrelinhas das páginas é que nós mulheres devemos ser fortes, sobreviventes e a heroína de nossas próprias histórias! Enfim, A Grande Solidão é um livro extremamente sensível, intenso e brutal num cenário arrebatador e selvagem, Kristin Hannah escreve com uma perfeição impar e presenteia seus leitores com um romance único, dilacerante e difícil de esquecer. Recomendo a leitura de olhos fechados pra todos vocês!

Quando fui preparar esse post percebi que minha estante é repleta de livros que falam sobre relações familiares, então, diante de tantos títulos, resolvi escolher aqueles que são meus favoritos e que tenho certeza que vocês vão gostar! Por isso, podem acolher essas dicas de olhos fechados, pois só escolhi livros perfeitos e sem defeitos! 

Espero que tenham gostado do tema que escolhi pra esse mês e me contem aí nos comentários: qual é o livro cujo tema é relações familiares que vocês mais gostam?

Beijos e até o próximo post!