Resenha # 188 : A Casa das Orquídeas

Título: "A Casa das Orquídeas"
Autor: Lucinda Riley
Páginas:528
Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Adicione no Skoob


   Quem acompanha o blog há mais tempo já deve saber o quanto sou fã da Lucinda Riley...Suas histórias sempre tem a capacidade de me envolver e me levar pra outro mundo, onde só consigo pensar nas histórias dos personagens! Lucinda Riley tem a incrível capacidade de criar histórias complexas, muito bem construídas e amarradas e, mesmo sendo conhecida pelos seus livros enormes, é aquele tipo de leitura que você lê num tapa, pois, tudo é tão envolvente que você sempre está querendo descobrir o que está por vir! Confesso que iniciei a leitura de A Casa das Orquídeas, cheia de expectativas, pois, é um dos livros mais conhecidos e mais bem avaliados da autora e, como já era de se esperar, minha querida Lucinda me conquistou desde a primeira página!
     O livro traz a história de Julia, uma mulher que quando criança viveu na grandiosa propriedade de Wharton Park, na Inglaterra, ao lado de seus avós. Lá, a tímida menina cresceu entre o perfume das orquídeas e a paixão pelo piano. Décadas mais tarde, agora uma pianista famosa, Julia é obrigada a retornar ao local de infância na pacata Norfolk após uma tragédia familiar. Abalada e frágil, ela terá que reconstruir sua vida.
   Durante sua recuperação, ela conhece Kit Crawford, herdeiro de Wharton Park, que também carrega marcas do passado. No entanto, quando um antigo diário é encontrado durante uma reforma, um grande mistério, antes guardado a sete chaves pela avó dela, vem á tona, e os dois procuram a avó de Júlia para descobrirem a verdade sobre um romance que possivelmente destruiu o futuro de Wharton Park...
   Ao mergulhar em suas páginas, Julia descobre a história de amor que provocou a ruína da propriedade: separados pela Segunda Guerra Mundial, Olivia e Harry Crawford acabaram influenciando o destino e a felicidade das gerações futuras.
    Repleto de suspense, A Casa das Orquídeas viaja da conturbada Europa dos anos 1940 às paisagens multicoloridas da Tailândia, tecendo uma trama complexa e inesquecível.

   A Casa das Orquídeas é narrado em terceira pessoa e é um daqueles livros que reúnem várias histórias em uma. Alternando entre o presente e o passado dos personagens, a autora nos permite acompanhar aos poucos tudo o que se passou com eles, e entender muitas de suas frustrações presentes. É quase como se fossem dois livros em um, onde, ao mesmo tempo em que conhecemos a trajetória de Julia, fortemente abalada por uma tragédia familiar, bem como o desenvolvimento de sua relação com Kit, nos vemos também mergulhados em uma trama do passado, acompanhando a história de Olivia e Harry Crawford, que se estende desde o período pré-Segunda Guerra Mundial até os primeiros anos após o conflito. Mesmo com toda essa complexidade, Lucinda consegue prender a atenção do leitor durante todo o livro. São idas e vindas no tempo e viagens entre Inglaterra, França e Tailândia. Pode até parecer confuso e cansativo, mas a organização dos eventos faz com que tudo pareça natural. O leitor começa a ler já querendo saber mais sobre o passado dos Crawford e também o que Júlia fará na sua vida presente. Garanto que até nas páginas finais, quando tudo parece estar se ajeitando ainda irão se surpreender.
   Os personagens foram extremamente bem construídos e confesso que fiquei perplexa com a perfeição que a autora entrelaçou as histórias dos personagens do presente com os do passado! Não vou detalhar a personalidade de cada um aqui porque acho mais interessante que o leitor descubra as particularidades de cada personagem sozinho durante a leitura, pois, tenho certeza que assim a experiência da leitura se tornará muito mais surpreendente e prazerosa. Ainda assim, já adianto que TODOS eles são muito complexos, carregam suas próprias emoções, dilemas e dificuldades para enfrentar a vida.
    A Casa das Orquídeas é um livro repleto de mistérios, amores e emoções. Ao meu ver a mensagem que mais se sobressai em todo a história é sobre as escolhas que encontramos ao longo de nossas vidas e como, ás vezes, parecem estar tão fora de nosso alcance a ponto de termos que escolher caminhos contrários á nossa vontade. Cada um dos personagens carrega consigo cicatrizes, medos, anseios, dúvidas que os colocam á prova a todo momento e é muito emocionante e comovente acompanhar tudo isso! Além disso, A Casa das Orquídeas  ainda é um livro que fala sobre como aprender a lidar com sofrimentos passados para não deixar que eles assombrem o futuro, sobre perdão, sobre o valor do amor e da família, e sobre aprender a aproveitar as dádivas concedidas a nós todos os dias como o desabrochar das flores.
    Enfim, parece que me falta palavras para expressar o quão A Casa das Orquídeas é perfeito! Sem dúvidas, posso defini-lo como um romance extraordinário, daqueles que somente, de tempos em tempos, temos a sorte de sermos apresentados. Leiam, por favor, leiam!